Alterações fisiológicas a nível muscular, ósseo e articular no envelhecimento - Como as prevenir?


  
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O sistema musculosquelético e articular são responsáveis pelo movimento do corpo, fundamentais para a nossa locomoção, autonomia e realização de todas as atividades diárias. Com o aumento da idade sofrem várias modificações, pelo que a prevenção deve começar logo na adolescência.

       Alterações fisiológicas a nível muscular

No homem, o sistema muscular alcança sua maturação plena entre os 20 e 30 anos, mas com o aumento da idade, a estrutura e a função dos músculos esqueléticos alteram-se. Estruturalmente, há perda de massa muscular (processo conhecido por sarcopenia) por redução do número e tamanho das fibras musculares durante a idade adulta e anos seguintes; muitas células musculares atrofiam e morrem e outras são substituídas por tecido adiposo e conjuntivo.
 O músculo pode apresentar dois tipos de fibras muscular, nomeadamente fibras tipo I (contração lenta) e fibras tipo II (contração rápida, contribuindo para o tempo de reação e de resposta). Com o aumento da idade, o tamanho da fibra tipo II é reduzida o que altera a resposta corporal apropriada às situações de emergência, como a perda súbita do equilíbrio.
Funcionalmente, as alterações estruturais referidas levam a uma redução da força muscular e da velocidade de contração, podendo estas também estar relacionadas com diminuição do processamento de informações e da ativação muscular. Também, verifica-se uma diminuição da flexibilidade com perda de amplitude dos movimentos.
 É importante destacar que o declínio muscular é maior nos membros inferiores, o que compromete o equilíbrio, a marcha e o ortostatismo (posição de pé).

       Alterações fisiológicas a nível ósseo

O osso é um tecido dinâmico, que está em constante remodelação, não uniforme, por toda vida. O processo de remodelação é realizado por dois tipos especiais de células: os osteoblastos, células formadoras de osso, e os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. Ambos são derivados de células progenitoras da medula óssea, que com o envelhecimento altera a sua atividade celular modificando a formação de osteoblastos e osteoclastos.
 Nas duas primeiras décadas de vida, predomina a formação, pois há um incremento progressivo de massa óssea. Nas duas décadas seguintes regista-se o pico de massa óssea, sendo maior nos homens do que nas mulheres. A partir da quarta década a atividade dos osteoblastos diminui, ao passo que a atividade dos osteoclastos aumenta. Por conseguinte, passa a ocorrer perda progressiva, absoluta, da massa óssea até então presente (osteopenia fisiológica).
Essa perda é de aproximadamente 3,3% ao ano nos homens e de 1% ao ano nas mulheres. No entanto, no sexo feminino, após a menopausa, essa perda aumenta em até dez vezes, sendo um fator de risco para ocorrência de osteoporose.

       Alterações fisiológicas a nível articular

Com o envelhecimento, nas articulações ocorre diminuição do líquido sinovial e da espessura da cartilagem, como também os ligamentos podem ficar mais curtos e menos flexíveis. Com a progressiva degenerescência da cartilagem articular e das restantes alterações, regista-se a instauração de artroses e diminuição da amplitude de movimento das articulações afetadas.
A partir dos 40 anos, verifica-se uma diminuição dos arcos plantares, alterações das curvaturas da coluna (principalmente aumento da cifose dorsal) e/ou deterioração das articulações intervertebrais, causando uma diminuição da altura total da pessoa.

       Como prevenir?

São vários os fatores responsáveis por todas as alterações referidas destacando-se fatores nutricionais (deficiência hidratação, de vitamina D, de cálcio, …), genéticos, hormonais (principalmente no sexo feminino com a menopausa), endócrinos, por vezes neurológicos, estilo de vida sedentário com baixos níveis de atividade física.
 As alterações nos sistemas musculosquelético e osteoarticular levam a alterações posturais, alterações no padrão de marcha e do equilíbrio do idoso, aumentando a probabilidade de quedas e lesões. Muitas das vezes, estas situações originam casos de perda parcial ou mesmo total da autonomia da pessoa, de forma temporária ou permanente, com repercussões a nível familiar.
A prevenção da ocorrência destas situações começa logo na juventude com hábitos alimentares saudáveis, boa hidratação e realização de atividade física (caminha, corrida, natação, ginásio, bicicleta, etc.) para manutenção de valores elevados de massa muscular e massa óssea. Essa deve ser mantida durante toda a vida, de modo a que as mudanças ocorram gradualmente, e não de forma tão abrupta, e comecem o mais tarde possível.
 Por outro lado, mesmo nunca tendo realizado qualquer atividade, o idoso poderá melhorar a sua força e resistência muscular, equilíbrio e postura através de um plano de atividade direcionado e personalizado às suas alterações e limitações. Consequentemente, melhora a sua locomoção, autonomia e qualidade de vida. 
 A equipa Physioclem. 

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