Correr aumenta o risco de Artrose?

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A corrida, quando realizada com o objetivo de melhorar a nossa saúde, é um dos melhores exercícios que pode ser prescrito, uma vez que apresenta efeitos positivos a nível cardiovascular,  musculoesquelético e respiratório. Ajuda a perder peso, a diminuir os níveis de colesterol, a melhorar a resposta do sistema imunitário, a lutar contra o stress e a depressão, etc.
Contudo, será que dependentemente do volume e da intensidade da corrida, esta pode-se tornar prejudicial e apresentar efeitos negativos sobre a nossa saúde?
A resposta é sim. Nos últimos anos, tem existido uma preocupação crescente, por parte dos profissionais de saúde, com os corredores, uma vez que a corrida tem sido associada ao aparecimento de Artrose (Osteoartrite), nomeadamente nas articulações da anca e do joelho.

A Artrose (Osteoartrite) sendo uma condição caracterizada pela lesão da cartilagem das articulações e dos tecidos tecido envolventes, provocando dor, rigidez e perda de função, afeta negativamente o dia a dia destes indivíduos. De destacar, entre as diversas limitações às atividades, as dificuldades em andar, subir e descer escadas, agachar‑se, em dormir, entre outras.

Assim, para perceber qual o volume e intensidade de corrida que não apresenta risco prejudicial para a nossa saúde, é necessário dividir os indivíduos em três grupos: os de competição, os recreativos e aqueles que não correm (sedentários). Os corredores de competição são considerados todos aqueles que fazem ou já fizeram parte de alguma equipa profissional ou qualquer corredor que já representou o seu país em competições internacionais; enquanto que os corredores recreacionais são indivíduos que correm apenas de forma amadora.
Segundo uma revisão sistemática realizada em junho de 2017, com uma amostra de 125 810 indivíduos, concluiu-se que os corredores recreativos apresentam um risco de desenvolver OA de apenas 3,5%, o que é muito inferior aos dados referentes aos não-corredores (sedentários) e aos corredores de competição (10,2% e 13,3% respetivamente).
A corrida recreativa não só apresenta efeitos benéficos na saúde em geral, como também apresenta um efeito protetor em relação ao risco de desenvolver Artrose, contrariamente a um estilo de vida mais sedentário ou um elevado volume e/ou intensidade de corrida. Correr, de forma recreativa e como hábito de vida saudável, pode ser considerado seguro e uma atividade benéfica para a saúde.

Ademais, os autores definem um elevado volume de corrida quando a distância percorrida semanalmente é superior a 92 km, pelo que percorrer uma distancia inferior 20-42 Km por semana) de forma recreativa durante muitos anos (superior a 15 anos) é seguro e apresenta benefícios para a saúde em geral bem como para a articulação da anca e dos joelhos em particular.

Existem vários outros fatores de risco para a Artrose, incluindo aumento do peso, carga de trabalho e lesão prévia (incluindo cirurgias anteriores) que, provavelmente, aumentam o risco de a desenvolver.
Indivíduos com excesso de peso, quem têm trabalhos exigentes do ponto de vista de carga física ou que têm ou tiveram lesão no joelho e/ou anca devem iniciar a atividade física com um modo de exercício com menor carga nas articulações (ou seja, elíptica, bicicleta, treino de resistência) até ter construído a estrutura adequada para correr.
Lembre-se que para correr deve estar em forma (apto) e não correr para ficar em forma.

Em suma, uma corridinha não só não prejudica as suas articulações, como até pode melhorar a sua saúde!

Autores:
Ft. Luis Nascimento e Ft. Ivo Dimas

Fonte:
Alentorn-Geli, E., Samuelsson, K., Musahl, V., Green, C. L., Bhandari, M., & Karlsson, J. (2017). The Association of Recreational and Competitive Running With Hip and Knee Osteoarthritis: A Systematic Review and Meta analysis. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, (0), 1-36.


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